sábado, 31 de dezembro de 2011

Poeminha Estereotipado

O homem é homem demais

É homem demais pra sofrer
É macho demais pra chorar
É duro demais pra perdoar
É cego demais pra te enxergar
É bruto demais pra dizer sim
É forte demais pra dar as mãos
É covarde demais para dizer te amo
É fraco demais pra dizer adeus
É burro demais por não ser somente teu
É convencido demais pra dar o braço a torcer
É egoísta demais pra te deixar livre
É pobre demais pra saber da vida
É rico demais pra ser simples

O homem
                que só é homem
quando
               se permite cantar essa canção
chamada: Amor!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Milagre


Como saber se um milagre existe?
Como saber se um milagre acontece?

Todos os dias quando abro os olhos um milagre acontece
Todos os dias ao ver os pássaros cantar um milagre acontece

Teu milagre se materializa em mim senhor
A minha vida é o teu próprio milagre

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eu Sou


Sou um ninho
Sem passarinho

Sou um coração
Sem carinho

Sou uma esperança
Seu destino

Sou um canto
Sem encanto

Sou um verbo
Sem sentido

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Poesia e Liberdade


A minha Poesia não faço pra ser choro de criança
Nem pra ser a dor de uma mulher no parto
A minha poesia eu faço pra voar nas asas do pássaro
Pra que ela seja mais do que aquilo que uns chamam:
Liberdade!

Liberdade mesmo só tem nas nossas mentes
Qualquer pessoa que tente não vai vencer a barreira
Liberdade, quatro sílabas que separam vocês,
Da saída mais próxima que teríamos pra ultrapassar
Liberdade!

A mente e só a mente é livre, que liberdade é pra pensar
Nenhum partido, nenhum bloco, nenhum grupo...
Embrulhada em um pacote de regras, ninguém pode te dar
Socialismo, capitalismo, nazismo, comunismo, neocapitalismo
Liberdade!

Vai dos meus pensamentos a linha escrita no papel
vai de banda revirada no quartel de minhas palavras,
Que sobrevêm nas ditas asas que escrevi de leve ao céu
Rasgando tudo como o pássaro, nas asas, ditas:
Liberdade!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sinto


Eu sinto inveja mesmo
Dos casais que se abraçam a beira-mar

Eu sinto curiosidade mesmo
De como é o gosto do beijar

Eu sinto raiva mesmo
De como pode agora ninguém me amar

Eu sinto pena mesmo
De mim os dias sozinho a passar

Eu sinto angustia mesmo
De ver casal de velhos se adorar

Eu sinto dor mesmo
De como é o verdadeiro se apaixonar

Eu sinto tristeza mesmo
De sofrer por não encontrar com quem ficar

Eu sinto ódio mesmo
De sangrar por dentro e nunca curar

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eu e os Anjos


Esta noite sonhei com os anjos
Estavam todos nas nuvens brincando
Eles choravam, eles sorriam
Eles gritavam e eles cantavam

Cantavam de modo simples
O canto dos desesperados
Sorriam de maneira simples
O sorriso dos arruinados

Gritavam de modo multíplice
O grito dos sossegados
Choravam de maneira simples
O choro dos afortunados
Vi todos então sumirem

E vi todos, acordado!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Poeta e a Inspiração


Mas afinal no que se inspira o poeta?
No desespero dos homens, no choro das crianças?
No aperto de um coração de mãe, na miséria do órfão?
Na pobreza do povo, no desperdício de poucos?

A chuva estala no teto e a chuva...
Para o poeta não é chuva é verso
E o vento que carrega as palmeiras...
Para o poeta não é vento são frases inteiras

O poeta se fecha e o poeta se abre
E o poeta espera as horas vindas
Esperando que elas tragam as conclusivas
Que os olhos viram e os peitos sentiram

Seja como o poeta sem ter medo de ser feliz
Afinal de contas o que se leva da vida?
Se não as batalhas e as lutas renhidas

O poema é a obra e o poeta o operário
Todos se constroem da mesma maneira:
Primeiro o tijolo, depois a telha