segunda-feira, 19 de março de 2012

Lei infalível da selva


É momento de reconstrução
Estou a me desconhecer
Os paralelepípedos plantados no chão
Não voam, não voam não

Ignóbil citara de um poeta sobrevivente
A lei selvagem desta civilização
Que planta sem ver semente
E que veste sem traje o irmão

Sons de flauta dão o tom
Compunha uma sonata sem som
Falta dom

Apenas falta

As barrigas cheias não causam comoção
Nem ditam a lei internacional do comercio
Viva o povo preso e liberto
De si mesmo que não sabe não

Lei infalível da selva

Nesta terra de grandes construções de concreto
Fabrica-se uma nova espécie
Que menos vale que um inseto

Pensavas que fraternidade aqui era
Objeto maior que se orgulha e emprega
Nova espécie que no rosto a lagrima medra
São homens com o coração de pedra

terça-feira, 6 de março de 2012