sábado, 30 de junho de 2012

Na Correnteza


Sou espontâneo
Sou grosso
Sou inconstante
Sou de um instante
Sou bruto
Sou chulo
Sou ignorante
Sou espesso
Inconcreto
Abjeto
Objeto

Resposta que não me agrada
Meu destino uma vala
Rasa, funda ou razoável de se afundar
Eu que não sei quem sou
Daí só uma lição posso tirar
Sou cada vez mais eu do eu
E deixo a vida me levar

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Transcendendo


O homem linho, barbante, tromba de elefante
Fez-se em voz linguagem e na dor um gigante
Alfaias, fanfarras e duendes de jardins
Pinturas inacabadas e versos sem fins

Ridículas caricaturas 
Rostos de meninas/prostitutas
Mães de filhos sem futuro
Nas esquinas desse mundo

Ao som da Garauna
Nas notas dos bandolins
No choro da fauna
Nos gritos de dor do perdiz

E o tempo espaço se curva
Diante da imagética imagem de Deus
E o grito de dor que se escuta
A fé descoberta dos ateus

sábado, 16 de junho de 2012

Mente


Minha mente é cercania
Segredo disfarçado no espelho
Ventania
Tentando achar porto/calmaria

Nem rima que sossegue meu corpo
É ela mesma minha viagem/agonia
Timoneiro solitário
Disfasia

Pendão perdido que me faz
Pensar que sou contra tudo que atrai
Distrai
Nervo que no rosto contrai/descontrai

Minha mente é segredo
Contingente
De meu povo sossego
De desperto medo/arredo

Sussurro
Minha mente me susta
De trair que assusta
E me pula/regula

Anti-sociável
Minha mente é meu ser
Inalienável
Que nunca me mente ser
O que não é mais

domingo, 10 de junho de 2012

O Poeta Não Sabe Amar


Queria eu escrever as mil coisas que pairam sobre minha cabeça
Mas não sei por onde começar
O poeta se apaixonou
E por incrível que pareça não sabe amar

Não sabe o que dizer
Não sabe se comportar
O poeta se calou
Porque não sabe amar

Retalhos de minha memória
Titilam versos sem sentido
Nem colo de mãe nem ombro amigo
O poeta se apaixonou e calou
E perdeu a vida e perdeu fé
E perdeu os sentidos
E perdeu até os versos
Que exprimiam e faziam desabafar

O poeta não sabe amar
Eita fingidor
Fingi dor
Mas não sabe amar

domingo, 3 de junho de 2012

Sis


Sis atriz
Bailaria e oriz
Força tamanha de me quebrar o nariz
Reina, reima e me faz pedir bis
Deste jeito que me perco
Queimo e pra esfriar só banho de chafariz
Ou me distraindo com uma obra de Machado de Assis
Ah Sis!

OBS: uma pequena homenagem a amiga Sis, tu me gusta!