sábado, 29 de dezembro de 2012

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Inferno?


In Memoriam de meu único amor*

Tudo que tento é uma fuga
O passado, esquecimento...
A memória me turva

Conturbado momento de libertação
Juntando meus fragmentos ao chão
Despido de emoções por um instante

Giro as fechaduras do meu coração
Sons de medo e pavor me tomam
Um grito de horror se ouve ao longe

Saiba que sem ter você por perto
O que existe são apenas duas notas
Que me arrastam para o inferno

sábado, 8 de dezembro de 2012

Falácia

Esgarça, Esgarça!
Quem bem sabe não ultrapassa
Na arte do enganar dirias tu:
- Eis aí uma falácia!

sábado, 24 de novembro de 2012

Andorinha

“Uma andorinha só não faz verão”
Quem disse isso é um sem noção
Pois quem bem sabe, sabe então
Uma andorinha bem informada faz até revolução

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Na Espreita



O que faz o poeta na janela?
Tentando buscar abrigo
 Explicar sem mil palavras
O que não consigo

O badalo do relógio toca
Madrugada vai embora comigo
Ou quem sabe apenas lá fora
Espreita-me o inimigo

segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Sentimento? Sentimento?
Quem é que tem sentimento?
Um lamento, um tormento
Um momento... um momento...
Pra calar... quem ainda tem sentimento?

Alguns poucos nus de corpo
Não conseguem ver que este mundo
As pessoas, sentimento, estão nuas de tudo
Nuas por falta de ti, sentimento...

Desnudaram também a alma

Estou perdido por aí
Tentando encontrar um porto que me caiba
No teu colo, no teu rosto aquietar a minha alma.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Um versinho na contramão
É construção
É destruição
É adição
Ou subtração
Ou quem sabe é um verso
Apenas um versinho, então.


O que fazemos dessa vida?
O que fazemos com essa vida?
Não tem saída
Não há saída

Muitos encontros
Nenhuma parada
Cansado dessa estrada

Alguma hora meu barco encontra calmaria
É tempo de atracar ao porto
Finalmente final da linha

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Reaprendendo a chorar


Passando um tempo a me espreitar
Deitado contando a noite sobre a luz do luar
Fechando feridas e abrindo cicatrizes
Que hoje não faço mais sangrar

É medo de terra é medo de ar
É medo de sonho é medo de amar
É o reaprender o que a dor pode ensinar

Rio que lava a alma
Corre pra perto de mim
Luz que me acalma
Flor do meu jardim

Se se reaprende o medo
Se se reaprende a amar
Também se reaprende cedo
Que se pode reaprender a chorar




segunda-feira, 22 de outubro de 2012


É cara palha
É mão de navalha
Sujeira que não se junta
Se espalha...
E atrapalha
E retalha
Traz consigo a canalha
E atrás a mortalha
É cara palha...
Estás bom de morrer

sábado, 6 de outubro de 2012

Não é nada sério



O estado de animo que se abateu
E de mim ele depois se perdeu
Mas ainda que cansado não se rendeu
Mas não, não é nada a sério

Não é nada a sério o grito dos intrafegáveis
A esmola que eles lhe deram neste processo
Ou a intimação que dos autos determina, registre e publique-se
Mas não, não é nada sério

Não é nada sério as noites passadas juntos
Descobrindo o desejo mutuo de inconfidência
Membrana quebrada de um ser em decadência
Palavra que desatina suando inconsequência
Mas não, não é nada a sério

Não é nada sério a voz delinquente que grita no rádio
Que de todos os acertos e erros lhe parecem o contrário
Mistura lendária de uma mente no obituário
Filosofo para a mente de um não formado
Mas não, não é nada a sério

Nada é sério
Nada é a sério
Nada 

sábado, 22 de setembro de 2012


O que pensam os dois passarinhos
Que olham ao longe o céu que não beija
Será que vêem a flor que não floreia?
Ou mar-maré que maresia cheira?

domingo, 9 de setembro de 2012


Só depois da vitória
Descobre-se que não existe gloria
Pois sempre em algum lugar um coração chora

Perdido em ânsia e medo
Entre a paz e o desespero
Entre o tempo que se descortina
E o fim que se aproxima

Em algum lugar um coração chora

Próximo do amor e da morte
Próximo do azar e da sorte
Próximo do aqui e do agora

Em algum lugar um coração chora

Resumo que o poeta deu a obra
Livro de cabeceira que já não leio mais
A única certeza que me faça crer
Que o futuro não se demora
Pois em algum lugar um coração chora

sábado, 1 de setembro de 2012

Lá Vem Eles...


Lá vem eles!
Eles vem aí!
Dizer palavras sem jeito
Repetir gestos, apertar a mãos, abraçar sujeitos
Mãos espalmam o que eles rejeitam

Lá vem eles
Eles vem aí
Fazer de novo promessas
Que não podem cumprir

Lá vem eles
Eles vem aí
Encenar as mesmas coisas
Fazer com que a história se faça repetir

Lá vem eles
Eles vem aí

sábado, 25 de agosto de 2012


É proibido
Proibir que
Se desfaça
De um pensamento
Que proibido
Deixe de existir

E eu com tantas coisas
Com tantos gestos a desvendar
Queria apenas saber
No que está o gato a meditar

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Colhendo Cactos





Colhendo cactos... estou cansado
Levo a vida que me deram pra levar
Mal... estou muito mal amado
Não quero mais assim brincar

O meu amor é como a luz do sol
Que se foi na negra luz do meu sofrer
Como faço pra esse amor morrer?
E te esquecer... e te esquecer...

Sozinho hoje me deito na cama
Tua face sobre a minha arranha
Meus sentimentos não os trago mais
Nem tua presença me satisfaz

Essa flor de Cactos que hoje vejo
Talvez seja tu mesma que me apareceu
O meu coração que um dia foi teu
Sem calor está morto, não mais te vejo

Flor de Cactos se me permite um desejo
Leva este amor embora de onde ele veio
Seja pra que bandas ou diabos das cargas
Morte ao amor profano! Uma desgraça...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Meus Olhos

Ah os meus olhos!
De onde eu me olho
De onde se abre uma janela
E de onde vejo este mundo

Sentado na cabeceira da passarela
Os olhos do mundo me olham
Fitam-me e desaprovam

Ah os meus olhos!
Que o tempo veio fazer sossegar
Os olhos de jovem cego ficou pra trás
Minha trama hoje real-aparência não satisfaz

Nem nega que tudo que fiz era demais
E que tudo que faço é surreal
Deslealdade com o meu próprio corpo

Ah os meus olhos!
Que a terra há de não ver
Nem que ela queira passar na TV
Meus olhos, só eu mesmo sei
O que?

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Do Outro Lado



E eu que pensei que era tudo em vão
Andando por aí em meio à escuridão
O pássaro da morte sorriu pra mim
E eu que ando sem sorte assim, assim...

Não ligo e nem poderia pra pouca sorte
Não carrego anseio de vida e medo de morte
Suturas que fecham os cortes em meu peito
Não conseguem e nem podem ser este sujeito

Meus lábios andam mais que sem sensibilidade
Não quero e nem vou ultrapassar a minha idade
É tempo de respirar fundo, despedir-se dos amigos.
Lagrimas que nunca derramei ficarão como artigos

Não estava escrito nas linhas sagradas dos céus
Na hora do ultimo aceno a despedida é curta
Não levarei para cova nem honra nem troféus

Ficarei pálido e o sangue na veia vira pedra
Sabem o que diz as sagradas escrituras
É do outro lado que a bonança me espera

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Nada Poético...



Lira é o caralho!
Eu quero é a faca que corta a carne
Eu quero é a realidade que destrói o ser
Não quero a droga que aliena a dor
Quero sofrer o meu amargor
Com toda minha alma e meu espírito
Ou o que sobrou dele

Não quero a rima que sossega
Quero a tempestade dos versos livres
Quero a liberdade da dor sentida

Não quero a paz desassossegada
Quero o rancor de uma guitarra
O som estridente de uma bateria
E toda fúria do rock

Não, não quero viver do passado
E nem do presente que não deu certo
Quero mirar no futuro incerto
Minha certeza do nada conquistar
Não quero amor, não quero amar

Enfim...
Apenas quero continuar como estou hoje
Nada poético...