terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Singelo (A)Deus

Maltratada que de chora, chorar e chorou
Não vai mais fazer o que foi projetada
Estás estéril, fétida sem rumo nem prumo
Perdeu, perderam-na, roubaram-na, tomaram-na

Morte: falta de sorte de novo linha norte
Do norte de meu pensamento
Dos nossos medos
De imaginações, divagações e criações
De amores
De flores
De filhos, filhas, netos, sobrinhas

Parado: o povo vendo-a e ela vendo o povo passar
Que passar que nada
Não passam mais
Nem passou nem passarás
Caiu, tombou, ruiu

Desenfreio o meu lamento, tormento, descontento
Atitude bêbada de um déspota
Inimigo dos sãos, dos que pensam e pesam
Linha morta ou morta linha: linha norte
O norte do rumo que tomas

Dia de feira e passa por aqui a freira
Passa tia Marocas que faz o café com tapioca
Passam doutor, doutores, mestres, professores
Democrática travessia
Que de certa forma obriga
O pedreiro João e o Doutor Farias
A compartilhar o mesmo caminho todos os dias

Lembrança de um descontente
E o contentar a lembrança de criança
Que brincou, jogou e correu por está ponte
Atravessada, travessia de mal que a fonte
Fonte morta que se foi num grito de agonia

Taquicardia e de novo gritou
Grito dos loucos deste lugar
Fingem em te olhar e te dar
O devido valor que tem e soou
O grito pálido que não te deu
Os que deveriam: - (A)deus Tibiriçá!

OBS: Poema feito In Memoriam a Ponte Tibiriçá, patrimônio histórico cultural de Santa Izabel do Pará que foi destruída pelo poder público municipal que por enquanto só recebeu uma notificação do ministério público e o processo não deu em nada.

2 comentários:

  1. Me gusta, cuando perdemos patrimonio destruimos más que lo material, saludos

    ResponderExcluir
  2. O concreto, o discreto e o que ainda não nasceu estam todos perdidos com uma única causa aniquilação para bem próprio.

    ResponderExcluir