quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Alivio da madrugada

São dez e meia e as horas passam
Os minutos correm e os segundos ultrapassam
Os fúnebres tetos, as fúnebres lajes
Os muitos cantos, os poucos lugares
Todos se rendem as horas mensageiras dos próximos acontecimentos

São meia noite e as horas param
Os minutos param e os segundos já não passam
Os carros estão mortos, as pessoas estão caladas
Tem muita gente na esquina, tem muita gente na estrada
E a muito se alucina o minuto que não passa

O relógio na parede e o suspeito na escada
São meia noite e começam as badaladas
Tum...!, tum...!, tum...!, tum...!, tum...!, tum...!, tum...!, tum...!, tum...!, tum...!, tum...! tum...!
O suspiro é seco e a garganta entala
Os pelos se levantam e a espinha congela

Os vultos se espalham, os cultos se acovardam
Os retratos os olhos movem a procura das pessoas
Que a muito se escondem dos vultos que estão à solta
E respiram o leito sóbrio da madrugada
Cantem! É meia noite e meia, já podem respirar

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